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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Os grandes reinventam-se - Terceira Parte


A última pré-época arranca num clima de alguma desconfiança por parte de grande maioria dos adeptos, pois estavam ainda muito presentes na memória as humilhações e insuficiências da época transacta.

Muitas coisas mudam na estrutura do futebol do Benfica. Rui Costa deixa o seu pelouro para se ir sentar ao lado do presidente, e o Benfica cria o cargo de Director Geral de assuntos correntes e ligados ao plantel, papel entregue a António Carraça que acompanhará a equipa numa base diária. À estrutura chega também o guru do Desporto e Motricidade Humana Prof. Manuel Sérgio, que convidado por Jorge Jesus, servirá como consultor nas decisões que este tenha de tomar e no seu modo de actuar. Para a comunicação chega Ricardo Lemos, que já havia trabalhado com Jesus no Braga e para a equipa técnica chega o treinador de Guarda Redes Hugo Oliveira, vindo da Selecção Portuguesa onde trabalhara na era Queirós.

Em termos de saídas mais importantes do plantel, Fábio Coentrão, Carlos Martins, Airton, Moreira, Nuno Gomes e o triste Roberto deixam o clube. O Benfica reforça o meio campo ofensivo com Nolito, Bruno César e Enzo Pérez, reforça a baliza com a entrada de um trio de guarda redes de grande qualidade e reforça o meio campo com a entrada de Witsel e Matic. A lateral esquerda da defesa também é remodelada com a chegada de Emerson e Capdevilla.

A época começa bem e o Benfica, sem deslumbrar chega a Janeiro com apenas uma derrota que ditou a eliminação na Taça de Portugal, com o primeiro lugar do grupo da Champions e do Campeonato, e pese embora a equipa apresentar algumas carências, todos acreditavam que estas seriam corrigidas no mercado de Janeiro.

No mercado de Janeiro começou a incompetência. O Benfica vê sair Rúben Amorim aziado pela pouca utilização que Jesus lhe dava, embora tivesse um papel pivotal no plantel pois podia fazer várias posições, e  vê sair um Enzo Pérez que muitos acreditavam poder ser a grande arma de Janeiro. Nenhuma destas saídas foi devidamente compensada e a única contratação de inverno foi a "oportunidade" Djáló que só faria sentido por ser de graça e do ponto de vista das inscrições  na Champions por ser português. Outra grande necessidade era o reforço do lado esquerdo da defesa e do meio campo defensivo. Nada foi feito neste sentido.

Em Fevereiro começam os problemas. Numa gélida São Petersburgo o Benfica averba a primeira derrota na Champions e o desgaste provocado por esse difícil embate ver-se-ia nos próximos desafios. Dois resultados negativos, contra Guimarães e Académica colocavam o Benfica na primeira crise da época que haveria de se prolongar até o dia em que estamos, o Benfica não mais foi o mesmo.

De uma vantagem de 5 pontos sobre o segundo classificado passámos a uma desvantagem de 4 (5) para o primeiro, eliminados da Champions e porventura apenas com uma vitória na Taça da Liga para contar a história desta época. Muito pouco.

Jesus acumulou erros novos e antigos, desde a utilização de Matic sozinho no meio campo no jogo contra o Guimarães, às substituições no jogo contra o porto, ao onze inicial e abordagem no jogo contra o sporting, e àquela mania tão JorgeJesuiana de quando em desespero, meter onze avançados dentro de campo, pondo de parte a construção e a forma como a bola chega a esses avançados.

Como não podia deixar de ser, aos erros de Jesus somaram-se os erros de arbitragens, muitos e que nos custaram pontos! Contudo, houve vários jogos em que a equipa entrou mal e pachorrenta, e como tal os árbitros são mais um dos nossos problemas e não o nosso problema. Uma vez mais, a equipa chega a esta altura a aparentar urgente necessidade de oxigénio.

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