Importante

Eis a primeira vitória em jogos oficiais fora de portas nesta época. Não foi brilhante, mas foi suada e justa.

O jogo começou envolto num manto de nevoeiro e se calhar por isso o Nacional, mais habituado às características indígenas do estádio, entrou com mais assertividade, criando algumas oportunidades de perigo às quais fomos resistindo sem que contudo conseguissemos responder na mesma moeda. Tudo mudou após a primeira paragem forçada pelo nevoeiro, os jogadores do Benfica parecem ter reflectido o jogo e quando a este voltaram demonstraram maior organização e solidez, ao invés do Nacional que com a paragem perdeu embalagem.
Foi na primeira oportunidade digna desse nome que chegámos à vantagem, através de uma bela cabeçada do suspeito do costume servido superiormente por Gaitán. O Glorioso via-se assim, tal como em Barcelos, em vantagem sem que muito tenha produzido para tal.
A partir dessa altura fomos tentando controlar o jogo sem que nos tivessemos livrado de alguns calafrios que só não foram levados a outro patamar por falta de talento do adversário, lembro-me particularmente de um lance em que o Luisão escorrega e a bola vai ter com um jogador Nacionalista que isolado não a consegue controlar com qualidade, depois disso a defesa resolveu bem, mas temos de agradecer à sorte neste lance.

Na segunda parte mais do mesmo, o Nacional a tentar atacar, o Benfica a tentar controlar sem que um ou outro tenha conseguido ser absolutamente competente a fazê-lo, porém registe-se que neste segundo tempo conto apenas uma ocasião mais ou menos perigosa dos insulares com um remate do seu central já dentro da nossa área, remate que Artur defendeu para a frente e que posteriormente a defesa sacudiu.
Então eis que ocorreu a expulsão, após esta assistimos a um natural crescimento do Benfica, criando a partir desta altura algumas oportunidades de golo através das quais poderíamos ter chegado mais cedo ao golo merecido e tranquilizador, que só aos 90+4 surgiu.

Menções Honrosas:

Artur: Chamado a intervir defendeu o templo com a tranquilidade que o caracteriza. Esteio!

Javi: Muita luta e pouco cansaço naquele complicado meio campo. Quando pressionado jogou sempre bem e falhou muitos poucos passes.

Witsel: Muitas vezes se dá enorme importância a quem assiste e a quem marca, e isso é de facto importante, mas há todo um trabalho prévio porventura menos vistoso mas nem por isso de menor relevância que é preciso valorizar. O primeiro golo é 50% dele, livra-se de dois adversários de forma objectiva e com simplicidade endossa a bola a Gaitán, para este fazer a assistência para golo. De resto esteve sempre muito bem com o seu futebol simples e claro. Deu vida.

Gaitán: Do menos ao mais. Desta vez foi possível vê-lo mais dedicado a acções defensivas, e é assim que deve ser. A bola nos seus pés parece estar em casa e melhorando a consistência e regularidade será enorme no Benfica.

Óscar: What else? Quem tem o paraguaio arrisca-se a isto, esteve perigoso o jogo todo e só não houve mais festa pois o Aimar esteve ocupado o jogo inteiro com o Luiz Alberto. Para mim foi o melhor.

Menções desonrosas:

Soares Dias: Arbitragem habilidosa com critérios altamente discutíveis. Os amarelos a Javi e a Cardozo são Britcom, para além de ter perdoado uma expulsão clara a Felipe Lopes.

Felipe Lopes: Faz sempre o seu serviço, contra o patrão oferece pénalties e autogolos, contra os adversários do patrão distribui lenha até fazer ferida. Chamar-lhe porco é insultar o nobre animal.

Liga: Para quem diz que quer defender e potenciar o espectáculo, marcar um jogo às 20:45 num estádio que pela localização geográfica está sujeito ao aparecimento de nevoeiro é ir no caminho contrário àquele a que se propôs. Consta que houve quem no estádio não tivesse conseguido vislumbrar o primeiro golo. O bilhete mais barato custava 40 Euros...

Para finalizar:

Importante vitória em difícil terreno e condições, um grande obstáculo ultrapassado, venham os outros... Daqui a duas semanas que há jogos das selecções. O meu desejo é que ninguém dos nossos se lesione e que voltem cheios de força e confiança para a caminhada que se abre, dura e difícil.