Directamente de Palermo, um olhar Encarnado e Vigilante sobre a actualidade do Nosso Clube e sobre o futebol Português em geral.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Entrelinha da confirmação

" P: Quer ficar no Benfica?"
" R: Se quero ficar? Tenho mais um ano de contrato"

Se fosse mesmo ficar e quisesse, e tivesse força, e apoio, e vontade, e amor, e arte e engenho para o fazer, Jesus a esta pergunta teria respondido simplesmente, "Quero".

Com esta resposta Jesus deu-me a certeza que por cá não vai continuar, os fumos da realidade são muitos e por norma onde aparece fumo, há-de haver fogo

Quem será o próximo treinador do Benfica?

Gente que não Te merece

Adeus confirmado à ínfima possibilidade de sermos campeões num jogo que teve de tudo, desde momentos de muita qualidade no nosso futebol ofensivo, a outros de muita displicência defensiva e uma arbitragem muito má de alguém que já nos habituou precisamente a isso e até a pior.

De positivo destaco o facto de termos chegado ontem ao golo 100 da época, um bonito e importante número. De negativo para além do resultado e do que ele significava, destaco o facto de mais uma vez termos sofrido golos. Se não me falham as contas esta época sofremos em jogos oficiais 45 golos até agora, quase metade dos golos que marcámos. O problema não é a defesa por si só, Luisão, Garay, Maxi e Emerson/Capdevilla não são assim tão péssimos que justificasse tanto dissabor. O problema reside creio, na maneira como nos dispomos quando atacamos e depois ao perder a bola, como nos compensamos. Parece que estes mecanismos não foram treinados ou foram treinados muito em cima do joelho. Lamentável.

De Jesus que mais dizer? Defendi a sua continuidade, mas neste momento parece-me que nem a equipa está com ele e/ou percebe a mensagem e táctica que tenta passar. Justificou (como ontem) vários maus resultados com a competência da equipa adversária, quando a responsabilidade de vencer jogos contra equipas claramente inferiores, Guimarães, Académica, Olhanense, sporting, etc, estava completamente do nosso lado. Jesus no fundo parece ter-se esquecido do clube em que está, e aquela mensagem de confiança da sua apresentação: " comigo o Benfica vai jogar o dobro.." trocou-se por uma temerária: " o Carcavelinhos é um boa equipa...". Estás no Benfica, Jesus. Boas equipas são as outras grandes, as de Portugal e da Europa. O Rio Ave não é grande, o Olhanense também não, tu é que os fazes grandes pela tua incompetência.

Já Vieira anda escondido que nem um rato por terras de Vera Cruz deixando os outros sozinhos a apanhar os cacos de uma época que se partiu. Já em Janeiro quando era preciso que cá estivesse para tratar de contratações, foi para Moçambique tratar de assuntos "pessoais", reaparecendo bonacheirão numa inenarrável entrevista quando liderava o campeonato com 5 pontos de vantagem. Um verdadeiro líder por certo. No fim da época falará de erros que cometeu, e assim de rasura em rasura vai perdendo o Benfica e vai-se deprimindo quem ama o Clube.

Infelizmente o Benfica é hoje em dia povoado por muita gente que não O merece.


domingo, 29 de abril de 2012

The final cut

Se quiser saber como é possível uma equipa daquelas, a jogar daquela forma e com um treinador daqueles ser campeã a duas jornadas do fim pergunte ao treinador, jogadores e dirigentes do Benfica.

Era uma questão de orgulho mas esse foi raptado, e hoje definha enfiado num qualquer lugar escuro à espera que algo ou alguém o retire da penumbra e traga o Benfica de volta para a glória.

Que miséria.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

No llores más


Lagartixa, o Marquês espera por ti, larga tudo e vai chorar com os teus.

domingo, 22 de abril de 2012

Obrigação de dignidade

Vinte e cinco minutos iniciais de muita qualidade no regresso pontual às matines na Luz. Para isso contribuiu muito o onze inicial escalado por Jesus, que fez uma aposta forte no ataque para conseguir cedo chegar à vantagem. Ao intervalo, dois golos de Nolito eram a expressão do domínio total do Benfica frente a um Marítimo que nada conseguia fazer para se libertar da pressão exercida pelos da Luz.



Na segunda parte o treinador adversário operou algumas mudanças que conjuntamente com uma atitude mais pachorrenta dos nossos jogadores, permitiu ao Marítimo reduzir a desvantagem e ameaçar a igualdade. Nisto Jesus mexeu, retirou Aimar e Saviola e fez entrar Javi e Rodrigo, o primeiro para dar mais capacidade de luta no meio campo e o segundo para refrescar o ataque. A substituição revelou-se acertada pois pouco tempo depois de entrar Rodrigo faria o terceiro golo que punha água fria sobre as intenções dos insulares em discutir o jogo. Mais tarde faríamos o quarto golo e depois foi gerir até acabar.

Destaques:

Artur: Várias defesas de enorme qualidade que preservaram a nossa vantagem.

Maxi: Aquele dínamo de sempre no lado direito.

Garay: Fantástica qualidade de passe! É um prazer vê-lo novamente no onze.

Nolito: Man of the match. Dois golos com finalização espectacular e duas belas assistências. Todos tínhamos saudades do melhor Nolito. Por onde andaste, Manolo?

Saviola: Aquém daquilo que nos mostrou em 2010, mas bem melhor do que tinha vindo a mostrar ultimamente. Que Jesus aposte mais em ti, "miúdo".

Para Finalizar:

Cumprimos a nossa obrigação que era ganhar. O resultado é expressivo e demonstra bem a nossa superioridade contra o 5º classificado da Liga.

Por uma questão de dignidade os próximos 3 jogos são para ganhar.

Força Benfica!


sábado, 21 de abril de 2012

Da indignação

" Palavras levam-nas o vento". Mas a estas o vento não levou.



Nos arredores da Catedral...

quarta-feira, 18 de abril de 2012

SiloComparasConCoentrao


Volta para casa, Fábio, essa gente não te merece. Cá te esperamos!

Tirado daqui.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Elefante atrás da orelha

Desde que caiu na praça pública a peça de teatro trágico-cómica montada pelo inenarrável e pré-histórico elemento dirigente dos nossos patéticos vizinhos que ando, nos intervalos de outros mais prementes pensamentos, a tentar decifrar uma lógica em tudo isto.

Vivendo estes dias com uma pulga atrás da orelha em relação a este assunto perguntava-me como era possível que havendo a denúncia por meados de Dezembro e tendo sido essa denúncia levada a sério pela Federação, que em tempo útil acabaria por retirar o fiscal do jogo do sporting, porque raio continuou Cardinal a poder actuar nos restantes jogos desta época, inclusive no jogo Guimarães-Benfica onde, se bem se lembram meus caros, foi quem assinalou a falta altamente discutível que acabaria por resultar no golo dos vimaranenses. Não devia ter sido suspenso? Também não compreendo muito bem o timing da divulgação pública desta questão: Exactamente depois do jogo dos tristes contra o Benfica. De repente, atrás da orelha já não tinha uma pulga mas sim um grande e feio elefante.

No meio disto tudo a killer joke, os nossos palhaços preferidos dizem que o seu clube nada tem que ver com esta situação. Portanto um suborno feito por um funcionário de uma empresa dum dirigente do sporting a um fiscal de linha que ia estar num sporting-Marítimo, foi denunciado pelo sporting, mas isto não tem nada a ver com o sporting. Indeed!

Claro que isto é tudo uma infeliz coincidência e eu é que sou parvo.

O negócio Nico


Uma época inteira a ouvir rumores não pode ser só devido a especulação, o Nico estará mesmo de partida para Inglaterra. O negócio, dizem os bifes far-se-á por 25 milhões de Euros mais dois jogadores, os nomes mais veiculados têm sido o de Macheda, avançado italiano que virá a título definitivo e de Fábio da Silva que virá por empréstimo de uma época.

De Macheda pouco lhe vi, alguns golos mas pouca utilização, também não seria para mais dada a concorrência que tinha no plantel.

De Fábio parece-me ser uma solução bastante interessante, é bom jogador e viria colmatar uma lacuna clara do plantel, isto para além de contar como jogador português, o que para um Benfica ávido por jogadores nacionais para facilitar as inscrições nas provas da UEFA era ouro. O único senão é o facto de se falar de empréstimo. Não faz muito sentido estarmos a evoluir um jogador para depois o darmos de mão beijada e sem qualquer compensação a outro clube. Se for para vir que seja definitivo, empréstimo não!

Por outro lado, saindo Gaitán muito provavelmente chegará um grande jogador para o seu lugar. Que fará o Benfica? Investirá na prata da casa chamando Yartei e/ou Enzo de volta? Irá à América do Sul buscar alguma promessa? Ou investirá no mercado europeu? Há dias falou-se de Taison e de Tello, qualquer um dos dois era óptimo. Aguardemos.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Os grandes reinventam-se - Epílogo


Para mim a culpa do momento actual não é exclusivamente perfilhada por Jesus. Muitas coisas falharam em termos Directivos ao longo destes anos, desde reincidências em erros passados até surgimento de erros novos e é um terrivelmente habitual exercício estar todos os anos a apontá-los.

Sobre o comando de Jesus o Benfica teve boas prestações Europeias, fez grandes negócios e entusiasmou a espaços os adeptos, é portanto um facto indesmentível que sobre a sua orientação melhoramos e muito em relação ao passado. Jesus é um bom treinador, porém há coisas (muitas) a melhorar. As minhas maiores críticas a Jesus prendem-se com:

  • Mesmo três anos volvidos o Benfica continua a ser uma equipa que gere mal o jogo, ora porque força demasiado e desgasta-se quando não tem necessidade de o fazer, ora porque força pouco, relaxa e acaba invariavelmente por sofrer um golo;
  • Persistência na teimosia em colocar Aimar mais perto de Cardozo do que de Javi, em vez do exigível meio caminho;
  • Insistência em jogadores que não rendem o mínimo indispensável, Roberto, Emerson, e no futuro quem mais?;
  • Equipa por vezes parece partida em duas, com 5 a atacar e 5 a defender;
  • Má abordagem a jogos importantes;
  • Aparente bloqueio mental em momentos de grande pressão;
  • Quebra da capacidade física da equipa no último terço da época.

Segue assim Jesus sempre em busca do Eldorado, o futebol champanhe de 2010 que se perdeu e que Jesus vive na ilusão de reencontrar. Mas cá já não moram Ramires, Fábio Coentrão e Di Maria. Jesus tem de saber reinventar o seu futebol e adaptá-lo às características dos jogadores que possui. É isto que fazem os melhores, é isto que fazem Fergunson e Mourinho, reinventam-se, adaptam-se às circunstâncias e não ficam presos em inantingíveis ideias.

Para que decisão final sobre Jesus não se torne em problema em vez de solução, a luz do veredicto deve ter em conta todos os factores, como Jesus disse e bem no lançamento do jogo da Taça da Liga. As culpas com quem casam e o qual o peso específico de cada culpado? Se ficar Jesus, o que tem de fazer para melhorar? Se sair Jesus quem virá para o lugar dele?

Na minha humilde opinião se for para mudar para pior, como é o caso pois no "nosso" mercado não parecem existir alternativas melhores, não se muda e tenta-se errar menos e ser mais humildes. Se bem que compreenda perfeitamente quem pense o contrário. A Direcção tem a difícil palavra.

"Ridonkulous"

Depois de termos levado 5 na pá no "ladrão" na época passada, perder a taça de Portugal e o campeonato na Luz para o mesmo adversário, perder e empatar jogos não jogando um vintém contra equipas inferiores a nós, Guimarães, Olhanense, Académica, sporting, entre outras, depois disto tudo só se lembraram de assobiar a equipa e treinador após uma vitória numa competição.. De facto, a burrice de alguns é mesmo uma questão de timing.

Palminhas para os burros.

domingo, 15 de abril de 2012

Taça Agridoce


Sentimentos contraditórios ontem após o final do jogo em que mais uma vez garantimos a Taça da Liga. Por um lado a alegria da vitória no jogo e na competição, por outro a triste realidade de esta ser provavelmente a única competição que vamos levar desta época que tão boas coisas parecia anunciar.

A vitória é justa, pois o Benfica foi sempre a equipa mais perigosa dentro de campo, pese embora a boa réplica demonstrada pelo Gil Vicente. Marcámos na primeira parte e tentámos controlar o jogo até ao fim, mas o Benfica não sabe fazer isso e então eis que o Gil empata à beira do fim pairando o cenário de pénalties pelo ar. Nesse momento Jesus, que se preparava para introduzir Javi Garcia no jogo volta atrás na sua decisão, e entra então Saviola para render Rodrigo. A substituição revelou-se acertada pois El Conejo acaba por fazer o golo que dá a vitória final. Jesus acertou desta vez, como podia ter falhado.

Destaques:

Matic: Bom jogo do Sérvio que parece ser o jogador em melhores condições físicas do plantel. Compensou muito bem os companheiros e isso aliado a que o jogo não tivesse necessitado de muita agressividade fez com que se destacasse dos demais.

Witsel:  Com Aimar em campo, sem Aimar em campo, o mesmo farol de sempre. Espero que não saia no fim da época.

B. César: Não fez um jogo vistoso mas jogou com fúria, raça e vontade de vencer. O primeiro golo é 75% dele, devido primeiro ao desarm, e posteriormente ao superior cruzamento.

Para finalizar:

É um sabor agridoce o desta taça, apesar de apreciar a competição, concedo que uma vitória destas saberá sempre muito melhor quando acompanhada pela vitória na Campeonato.

O que espero do resto da época é que com quatro jornadas para o fim, mantenhamos a dignidade de as vencer.

sábado, 14 de abril de 2012

Taça da Liga



Para mim a equipa mais equilibrada a ser utilizada no jogo de hoje.

Que sejam corajosos e joguem com vontade de quem serve um Clube de enorme tradição.

Precisamos de moral para o restante da já muito batida época desportiva.

Ganhem por vocês, ganhem por todos nós!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Os grandes reinventam-se - Terceira Parte


A última pré-época arranca num clima de alguma desconfiança por parte de grande maioria dos adeptos, pois estavam ainda muito presentes na memória as humilhações e insuficiências da época transacta.

Muitas coisas mudam na estrutura do futebol do Benfica. Rui Costa deixa o seu pelouro para se ir sentar ao lado do presidente, e o Benfica cria o cargo de Director Geral de assuntos correntes e ligados ao plantel, papel entregue a António Carraça que acompanhará a equipa numa base diária. À estrutura chega também o guru do Desporto e Motricidade Humana Prof. Manuel Sérgio, que convidado por Jorge Jesus, servirá como consultor nas decisões que este tenha de tomar e no seu modo de actuar. Para a comunicação chega Ricardo Lemos, que já havia trabalhado com Jesus no Braga e para a equipa técnica chega o treinador de Guarda Redes Hugo Oliveira, vindo da Selecção Portuguesa onde trabalhara na era Queirós.

Em termos de saídas mais importantes do plantel, Fábio Coentrão, Carlos Martins, Airton, Moreira, Nuno Gomes e o triste Roberto deixam o clube. O Benfica reforça o meio campo ofensivo com Nolito, Bruno César e Enzo Pérez, reforça a baliza com a entrada de um trio de guarda redes de grande qualidade e reforça o meio campo com a entrada de Witsel e Matic. A lateral esquerda da defesa também é remodelada com a chegada de Emerson e Capdevilla.

A época começa bem e o Benfica, sem deslumbrar chega a Janeiro com apenas uma derrota que ditou a eliminação na Taça de Portugal, com o primeiro lugar do grupo da Champions e do Campeonato, e pese embora a equipa apresentar algumas carências, todos acreditavam que estas seriam corrigidas no mercado de Janeiro.

No mercado de Janeiro começou a incompetência. O Benfica vê sair Rúben Amorim aziado pela pouca utilização que Jesus lhe dava, embora tivesse um papel pivotal no plantel pois podia fazer várias posições, e  vê sair um Enzo Pérez que muitos acreditavam poder ser a grande arma de Janeiro. Nenhuma destas saídas foi devidamente compensada e a única contratação de inverno foi a "oportunidade" Djáló que só faria sentido por ser de graça e do ponto de vista das inscrições  na Champions por ser português. Outra grande necessidade era o reforço do lado esquerdo da defesa e do meio campo defensivo. Nada foi feito neste sentido.

Em Fevereiro começam os problemas. Numa gélida São Petersburgo o Benfica averba a primeira derrota na Champions e o desgaste provocado por esse difícil embate ver-se-ia nos próximos desafios. Dois resultados negativos, contra Guimarães e Académica colocavam o Benfica na primeira crise da época que haveria de se prolongar até o dia em que estamos, o Benfica não mais foi o mesmo.

De uma vantagem de 5 pontos sobre o segundo classificado passámos a uma desvantagem de 4 (5) para o primeiro, eliminados da Champions e porventura apenas com uma vitória na Taça da Liga para contar a história desta época. Muito pouco.

Jesus acumulou erros novos e antigos, desde a utilização de Matic sozinho no meio campo no jogo contra o Guimarães, às substituições no jogo contra o porto, ao onze inicial e abordagem no jogo contra o sporting, e àquela mania tão JorgeJesuiana de quando em desespero, meter onze avançados dentro de campo, pondo de parte a construção e a forma como a bola chega a esses avançados.

Como não podia deixar de ser, aos erros de Jesus somaram-se os erros de arbitragens, muitos e que nos custaram pontos! Contudo, houve vários jogos em que a equipa entrou mal e pachorrenta, e como tal os árbitros são mais um dos nossos problemas e não o nosso problema. Uma vez mais, a equipa chega a esta altura a aparentar urgente necessidade de oxigénio.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Os grandes reinventam-se - Segunda parte


A segunda época de Jesus no Benfica tem o início simbólico num momento surreal de televisão em que em directo e exclusivo, Jesus anunciou que o Benfica não renovaria com Quim. O Guarda-Redes duas vezes Campeão pelo Benfica, era desta forma indigna posto fora do Clube e estava dado o mote para o mau karma e o chorrilho de asneiras que iria redundar numa época plena de desilusão.

Nessa pré-época vimos partir dois dos melhores jogadores da época anterior, Ramires e Di Maria, e vimos chegar Sálvio e Gaitán para os substituir respectivamente, só que nem Gaitán era Di Maria e muito menos Sálvio era Ramires. Chega também Roberto, num dos negócios mais estranhos de que há memória, não só pela clara falta de qualidade do jogador como também pelo seu inacreditável preço.

A época foi um rol de horrores: derrota na supertaça; péssimo início de Campeonato com 3 derrotas em 4 desafios; goleada sofrida no estádio do "ladrão"; participação patética na Liga dos Campeões; apuramento para a Liga Europa obtido in extremis; adversário campeão em pleno Estádio da Luz; eliminação nas meias-finais da Taça de Portugal depois de estar com dois golos de vantagem da primeira mão; derrota para o Braga nas meias finais da Euroliga.

Toda esta miséria era regada por um discurso de bazófia a roçar o imbecil por parte do treinador, por uma aposta em Roberto que ninguém entendia e pelo substituto de Ramires que nunca chegava. Durante toda a época se notou a falta do Queniano do Benfica, a equipa jogava muitas vezes na vertigem do ano transacto, só que agora já não havia o equilíbrio e capacidade de recuperação conferida pelo Brasileiro e sim largas avenidas para os adversários correrem a quase seu bel-prazer. Jesus nunca soube/teve armas para corrigir isso. A saída de David Luiz no mercado de Janeiro, o azar com as lesões graves de, primeiro Rubén Amorim e mais tarde Gaitán e Sálvio também contribuíram para o triste espectáculo a que assistimos.

Tudo falhou e apenas garantimos bastante menos que o mínimo. O medo do adversário foi maior que a vontade de alcançar a glória e assim chegámos ao fim em falência técnica, física e mental.

Todo o élan e casamento entre equipa e adeptos alcançada na época anterior eclipsou-se e para Jesus nada seria como dantes.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Os grandes reinventam-se - Primeira parte


Jesus chega ao Benfica no Verão de 2009 depois de bons trabalhos realizados nos dois últimos clubes que treinou, o Belenenses e o Braga.

Encontra um Benfica vindo de uma época decepcionante culminada com a realização de eleições antecipadas, que serviram por paradoxo para restituir legitimidade e confiança a uma Direcção que protagonizava repetidos e contínuos erros de gestão e acumulava maus resultados.

O plantel era rico e mais rico ficou com as aquisições desse Verão. Jesus com um discurso confiante e aglutinador começou a alicerçar as fundações de uma época com pronúncio de sucesso.

Trouxe exigência, capacidade de trabalho, vontade de vencer e qualidade, muita qualidade ao futebol do Benfica, num plantel muito forte em que pontificavam jogadores como Luisão, D. Luiz, Maxi, Coentrão, Javi, Ramires, Aimar, Di Maria, Cardozo, Saviola, Amorim e Carlos Martins, entre outros.

A época trouxe um Campeonato e uma Taça da Liga. Muitos argumentarão como eu que Jesus teve vista curta e que o palmarés do Benfica podia ter sido também enriquecido com a conquista da Euroliga. Ficará para sempre no segredo dos Deuses de que seria capaz o Benfica caso Jesus não tivesse "entregue os pontos" numa eliminatória contra o Liverpool de Rafa Benítez.

Terminada a época e feita a festa, começou o chorrilho de disparate que viria a ter consequências perniciosas na época seguinte que se queria de consolidação.

Os grandes reinventam-se - Prólogo

O que teve, o que tem, o que podia ser e no que se tornou este que é o sétimo treinador da era Presidencial de Luís Filipe Vieira numa viagem de quase três anos com um início prometedor e um aparente epílogo pouco menos que triste.

terça-feira, 10 de abril de 2012

The Dark side of the Force

Engraçado como uma derrota faz ressuscitar/ressurgir tudo o que é cagalhão que há muito parecia ter ido autoclismo abaixo.


É este tipo de Benfiquismo de ocasião que diga-se cheira a trafulhice a milhas de distância, que devemos ter a consciência de negar e esquecer. É por este "Benfiquismo" que Vieira tem tido o meu voto e o de muitos.

Daqui de mim para vós, digo:

  voltem para o buraco de onde saíram!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Todos te ganham, Jesus


Do alto da tua idade já avançada, gostava que tivesses um pouco mais de matreirice, um pouco menos de bazófia, um pouco mais de inteligência. Nada disto acontece e vês-te vergado por gente que nunca mostrou nada de especial, mas que contra ti parecem velhos mestres da táctica. A culpa não é só tua, é certo, atacar o que restava da época que parecia anunciar vitórias com poucas opções a meio campo, uma opção a defesa direito e meia opção a defesa esquerdo é coisa que há de constar nos almanaques de tudo aquilo que não se deve fazer. E chamavam-lhe o mandato do sucesso desportivo...

É verdade que hoje, especialmente hoje, depois de perder com um reles quinto classificado duma reles liga portuguesa quando havia tanto a ganhar haverá quem, como eu, sempre saiba mais do que tu, a verdade é que não sabemos muita coisa, mas às vezes parecemos saber muito.

Falaste do árbitro, é verdade, errou, mas os teus erros hoje gritaram mais alto do que qualquer penalti. Uma miséria a toda a linha, se a ideia era perder, parabéns, fizeste-o com a distinção de um grande sacana.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Voltaremos!

Saímos da mais linda competição de Futebol do Mundo de forma digna e queixo levantado, mas o facto é que estamos de fora. Foi bom não ter levado os 4 ou 5 que os nossos rivais do norte costumam levar quando vão a Inglaterra, foi bom de ver uma equipa, apesar de todos os problemas que teve na defesa, solidária e personalizada a jogar sem medo do ambiente e consciente do desafio que tinha pela frente, com 11 e com 10.

Destaques:

Matic: Jogo incrível do Sérvio, confiante e trabalhador foi importante no desarme e posterior entrega da bola aos seus companheiros, esteve em toda a parte.

Javi: Na ausência de Luisão foi a voz de comando da defesa e apesar de algumas falhas próprias de quem não está rotinado na posição no início do jogo, foi crescendo tendo o prémio justo com o golo que marcou e que devolveu por breves minutos, o sonho à nação Benfiquista.

Jorge Jesus: Teve problemas na constituição do onze, mas soube arrumar a equipa de forma competente. Teve problemas durante o jogo com o penalti discutível e com a surreal expulsão de Maxi, e soube reajustar a posições. Foi também por ele que o sonho se manteve vivo até ao fim.

Para finalizar:

Esta competição merecia melhores árbitros, melhores campos, melhores critérios. Ao ver o que Skomina fez ontem, não surpreende que Benquerenças e Proenças também sejam chamados para apitar jogos com esta dimensão. 

É inacreditável a expulsão de Maxi, é inacreditável que aquele nigeriano de ar aparvalhado tenha levado cartão amarelo apenas aos 70 e muitos minutos, é inacreditável o critério em que os jogadores do Chelsea tudo podiam, e para os nossos estava reservado o critério " tá caladinho senão levas no focinho". 

No conjunto dos dois jogos fomos quem sempre mostrou mais desejo de vitória, mas na UEFA de Platini, o querer nem sempre é poder.

Do futuro não sei, mas olhando o presente e compreendendo o passado a atitude de ontem deixa-me uma certeza:

Voltaremos!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Fazer por fazer

O Benfica vai mandar erguer a escultura/estátua que se apresenta abaixo para homenagear os campeões Europeus de 61 e 62.

Cagada cósmica
Não concordo com a iniciativa e acho que o Benfica prepara-se para encher um belo chouriço de 6 metros que não vai alegrar a ninguém. 3 motivos:

  • A melhor homenagem a esses campeões da década de 60 já existe, e está espelhada no enorme número de adeptos do clube em Portugal e no Mundo, ou alguém acha que se não as tivéssemos ganho teríamos tantos adeptos? 
  • Ao erguer uma estátua aos campeões dessa década não será um pouco o assumir que não se vai conquistar mais nenhuma?
  • A escultura é feia comámerda, acho inacreditável que tenham dado luz verde a esta cagada. Por esta hora Cosme Damião dá voltas na campa.

Dito isto, não me surpreende que daqui por uns meses, nas eleições de Outubro, Vieira venha dar o chouriço como mais um pouco de "obra feita que vale dois ou três campeonatos". Lá defesas esquerdos de qualidade não contratas tu...

Taxas de câmbio

Se um adepto do clube regional assumidamente corrupto, que agora também é assumidamente racista (hulk... hulk... hulk... huh. huh... ehr... hulk), trocar a sua indignação por Euros, ficará infinitamente mais rico que um adepto do Benfica ou mesmo do sporting. As taxas de câmbio da indignação assim o dizem, os factos assim o dizem. Ricardo Araújo Pereira, Zé Diogo Quintela e agora João Gobern são a prova viva de que nisto da indignação há filhos e enteados.

Claro que não sou ingénuo ao ponto de pensar que foi da indignação de muitos que resultaram as saídas dos supracitados opinion makers dos órgãos onde exerciam o direito à liberdade de expressão, para isto basta a indignação de "um", e esse "um" tem (ainda) muita importância no reino da mesquinhez. É o taliban, como um dia o já saudoso João Gobern explicou.


Neste país premeia-se quem se esconde por detrás da hipocrisia e assassina-se quem se assume e exerce o direito de ser pensante. Neste país o melhor é andar no meio, que isto de dizer o lado que se escolhe e cair no erro de escolher o lado errado é passaporte para o desterro.

E ainda dizem que o Benfica controla os média...

terça-feira, 3 de abril de 2012

Donde está mi dinero?

Consta que o plantel de futebol profissional do porto não recebe salários desde o mês de Janeiro. Já tínhamos ouvido e lido que existiam ordenados em falta nas modalidades amadoras do clube, mas agora este problema por ser com o futebol, ganha outro relevo. Para onde vai o dinheiro naquelas bandas?

Lucho à procura do ordenado... " No lo veo, tío!"

Para lá de todo o gozo que o facto de um rival directo esteja com problemas de liquidez e não consiga pagar os seus profissionais nos possa causar, não podemos deixar de pensar no quão preocupante é o facto de um clube desta dimensão estar com este tipo de problemas. Se eles estão assim, imaginem os outros de menor dimensão como não estarão. De facto o futebol português vive, tal como o país, tempos difíceis.

A crise chega a todos e felizes de nós, Benfiquistas e acima de tudo, felizes dos atletas do Benfica por receberem a tempo e a horas. Esse respeito do Clube para com os seus funcionários é de saudar e cabe ao Clube tentar tudo para continuar a cumprir com estas obrigações. Caberá também aos atletas do Clube dignificar quem tão bem lhes trata, comportamentos como o do Rúben Amorim e o de Enzo Pérez são inadmissíveis e incompreensíveis perante a realidade actual.

domingo, 1 de abril de 2012

Na luta

O Benfica esteve a dois minutos de deprimir cabalmente as suas aspirações e o seu ânimo para tudo o que ainda resta jogar, mas a dois minutos daquilo que podia ser o fim, num assomo de crença, raça e muita muita classe, voltou a iluminar o caminho da glória enquanto a bola em souplesse corria para se anichar nas redes de Quim.



A primeira parte foi algo sensaborona, com o Braga muito recuado e o Benfica a tentar furar mas sem grande desenvoltura. Foi então sem muita surpresa que o intervalo chegou com um nulo no marcador.

A segunda parte foi melhor com o Benfica a jogar ao ataque e o Braga a aproveitar algum desequilíbrio e falta de frescura do nosso meio campo para lançar contra-ataques perigosos. O Benfica apesar de forçar o ataque, nunca parecia o fazer de forma objectiva, fruto do posicionamento do Braga e de uma evidente falta de frescura física e de explosão que se compreende à luz das muitas e difíceis batalhas que temos travado. Parecia óbvio que o golo a surgir, só surgiria de bola parada ou de algum lance de génio, engraçado que foi exactamente destas maneiras que marcámos os nossos golos, e assim no fim o Benfica foi para casa cansado mas contente e motivado para tudo o que vem.

Destaques:

Capdevilla: Não que tenha feito grande jogo, mas quando tem a bola nos pés ninguém sustém a respiração à espera que algo vá falhar, é neste momento energia positiva de dentro para fora e de fora para dentro, Jesus não nos faças mais "isso" do Emerson...

Witsel: Olha quem é ele, o senhor que anda sempre por aqui, é um mimo vê-lo jogar, guardar a bola, entregá-la redondinha, critério, inteligência e sangue frio na hora de marcar o penalti, tudo!

Bruno César: Não fez um jogo enorme, apesar da muita luta, mas é sobre ele que é cometido o penalti que nos dá a primeira vantagem e é ele numa finalização deliciosa que nos dá a vitória final.

Nico Gaitán: Grande, grande jogo do Argentino, dos 0 aos 90 minutos sempre com o turbo ligado a tentar dinamizar o ataque e a roubar bolas ao adversário ajudando a defesa. Precisamos sempre de ti assim, Nico.

Para finalizar:

O Benfica precisava de uma vitória assim para transformar as fraquezas em forças e a descrença em confiança. Este é o prémio justo para a equipa que sempre procurou mais a vitória e que nunca deixou de acreditar.

Cinco vitórias no que resta do Campeonato, és capaz, Benfica?